Sistemas automatizados de identificação biométrica (ABIS)

O Sistema automatizado de identificação biométrica (ABIS) é usado para identificação e deduplicação biométricas em grande escala. ABIS é um tipo de sistema de pesquisa biométrica que realiza uma comparação “um para muitos” de uma amostra de “averiguação” às amostras de um banco de dados que contém muitos modelos biométricos. Esse processo é chamado de identificação biométrica. Ele permite buscar correspondência entre uma amostra ao vivo e diversos modelos biométricos existentes, no intuito de encontrar um registro de um indivíduo específico e confirmar a identidade dele.

Identificação biométrica é diferente da verificação “um para um” (um modelo biométrico, uma amostra de usuário) utilizada nos modelos de autenticação. A identificação biométrica responde à pergunta “quem é você?” A verificação biométrica responde à pergunta “você é realmente você?”.

Um exemplo de identificação biométrica é pesquisar um banco de dados biométrico usando uma foto de ficha criminal recém-tirada durante um registro policial, a fim de verificar se aquele indivíduo já tem registro. Um exemplo de verificação biométrica é o uso de reconhecimento facial para desbloquear um smartphone.

Automated Biometric Identification System

Um ABIS realiza uma comparação “um para muitos” de uma amostra de “averiguação” às amostras de um banco de dados que contém muitos modelos biométricos.

Como o ABIS funciona

Um ABIS compara os identificadores biométricos (como impressão digital, rosto ou íris) de um indivíduo às amostras existentes, também chamadas de modelos biométricos, em um banco de dados biométrico.

A impressão digital, o rosto e a íris de cada pessoa têm características únicas. Isso permite associar os identificadores biométricos a uma única pessoa. Uma pesquisa biométrica utiliza algoritmos que comparam as características físicas encontradas em uma amostra de averiguação às características encontradas em modelos existentes.

A amostra de averiguação utilizada na pesquisa pode ser coletada com o conhecimento do indivíduo, pela digitalização da impressão digital ou da íris, foto comum ou foto de ficha policial em um registro de prisão, ou como parte de um processo de cadastro voluntário. Alternativamente, ela pode ser coletada como uma amostra latente em uma investigação forense.

Os modelos biométricos em uma galeria são as amostras coletadas durante registros de prisão ou cadastradas como parte de um processo de registro civil. Tecnicamente, um modelo biométrico também pode ser criado para um indivíduo desconhecido; por exemplo, quando investigadores de uma investigação criminal coletam uma impressão digital na cena do crime. A criação de um novo modelo para essa impressão latente permite buscar correspondência de impressões digitais de diferentes cenas do crime e futuros cadastros. As pesquisas biométricas que utilizam impressões digitais latentes podem servir para detectar o mesmo indivíduo em duas cenas de crime diferentes, mesmo que a identidade dessa pessoa seja desconhecida.

História do ABIS

O primeiro exemplo de um ABIS é o “Sistema automatizado de identificação de impressões digitais” (AFIS). O FBI criou o AFIS nos anos 80. Atualmente, o AFIS e o ABIS são utilizados como descritores mais gerais, em vez de um sistema único. Um ABIS tem a mesma função de um AFIS, mas pode pesquisar usando diversos tipos de biometria. As modalidades vão além de impressões digitais, rosto e íris.

Em 1999, o AFIS tornou-se IAFIS (Sistema integrado e automatizado de identificação de impressões digitais), quando organizações de fora do FBI obtiveram acesso ao sistema para a realização de pesquisas. Atualmente, aproximadamente 18.000 parceiros locais, estaduais, tribais, federais e internacionais têm acesso ao IAFIS.

Em 2004, o Departamento de Defesa americano implementou o primeiro ABIS, com o objetivo de monitorar e identifica ameaças à segurança nacional. Em 2005, o Departamento de Defesa tornou o IAFIS e o ABIS interoperáveis, a fim de consolidar e simplificar as pesquisas biométricas “um para muitos”.

Embora a tecnologia ABIS tenha sido inicialmente desenvolvida para aplicações de segurança pública, seus usos se ampliaram consideravelmente além dessa área e, até mesmo, além do governo.

Casos de uso do setor público

Hoje, há dois tipos principais de ABIS utilizados no setor público:

ABIS CRIMINAL

O principal aspecto diferenciador de um ABIS criminal é sua capacidade de processar, analisar e comparar impressões digitais latentes (aquelas deixadas em uma cena do crime) às amostras de impressões digitais armazenadas em um banco de dados existente. Hoje em dia, também é possível coletar vídeos de vigilância para comparação a amostras existentes de imagens faciais como, por exemplo, fotos de ficha policial. Os órgãos de segurança pública cadastram dados biométricos de suspeitos de crimes como parte do processo de registro da prisão. Em uma investigação, eles podem usar aplicações de estação de trabalho do examinador para preparar informações biométricas para fins de pesquisa, além de interpretação e refinamento dos resultados.

ABIS CIVIL

Um ABIS civil não é usado para investigação criminal, portanto, não permite submeter impressões digitais latentes ou vídeos de vigilância para pesquisa. Geralmente, os casos de uso do ABIS civil geralmente envolvem o envio voluntário de biometria como parte de um processo de cadastro. O controle de fronteiras é um exemplo. Essas biometrias também podem ser submetidas à pesquisa em sistemas de segurança pública. Por exemplo, um ABIS civil pode ser usado para garantir que um candidato a visto não esteja no banco de dados criminal. O ABIS civil também é útil como medida de comprovação de identidade na prevenção de fraudes em benefícios. Especificamente, o ABIS civil evita que um indivíduo com uma identidade existente crie um nome falso coletando uma amostra de impressão digital ou realizando uma digitalização facial no momento do cadastro.

Nas últimas décadas, órgãos governamentais nos EUA e no exterior ampliaram os esforços para criar interoperabilidade entre sistemas de pesquisa biométrica criminal e civil. Por exemplo, o Departamento de Segurança Interna dos EUA administra o IDENT, um ABIS civil que é usado para controle de imigração. Após 11 de setembro, o Departamento de Segurança Interna trabalhou junto ao Departamento de Justiça visando possibilitar o compartilhamento de dados entre o IAFIS e o IDENT. Isso significa que, agora, uma pesquisa biométrica é capaz de detectar um indivíduo que está registrado no IAFIS.

Casos de uso do setor privado

Alguns exemplos de casos de uso do ABIS no setor privado incluem:

SAÚDE

Em alguns países, o ABIS é usado para detectar a identidade de um paciente antes do tratamento médico. A Organização Mundial da Saúde (OMS) sugeriu que a implementação de tecnologias biométricas pode aprimorar a verificação da identidade de pacientes no mundo todo, especialmente em países em desenvolvimento, onde é menor a probabilidade de os pacientes portarem alguma forma de identificação civil.

EMPRESAS

O ABIS também pode ser usado por empresas que realizam verificações de identidade como parte do processo de integração de novos clientes ou funcionários. A biometria pode ser usada para verificar definitivamente se um candidato já está registrado no sistema, talvez com informações biográficas diferentes. A biometria do candidato também pode ser utilizada para pesquisas em um banco de dados criminal.

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